Tradutor do Vazio

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

O Teste


Julgava eu naquela altura, que tudo não passara de uma estranha ilusão, como uma visão estranha que nunca mais se repetiria.
Mas não.
Deitara-me na cama, já me tinha esquecido desse tão estranho dia...
E, novamente estava lá, como se as minhas recordações quisessem impingir-me uma mensagem...
Voltei a passear por lá, dando passos silenciosos que se ouviam por todo o lugar...
E ouvi uma voz inaudível, cuja dona não conseguia identificar:
-Olá...
-Quem és tu?
-Concentra-te e me verás...
Não percebia, mas decidi obedecer, não tinha nada a perder.
E concentrei-me.
E, para meu espanto, apareceu-me um vulto humano, que me dissera:
-Sou Ninguém. Geralmente ninguém me vê, pois eu sou todo o nada que ocupa este espaço... Ultrapassaste com boa nota, o teste de tornar existente, o que não existe, de modo a que comunicas com o nada que é um tudo que não existe...
-Vou ser o teu companheiro nesta viagem pelo vazio e por isso, tenho uma mensagem para te dar...
Cada vez mais indignada, perguntei:
-Mas o quê?
-Na verdade, esta não vai ser a última vez que voltas cá. Tens mais testes para superar e cada vez mais vais entender melhor este local: o vazio.
E voltei, sabendo que aquele misterioso Ninguém, dizia a verdade e que, este era só o começo...

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A primeira ida ao VAZIO


O meu coração sentia um vazio.
Tinha duas opções: Permitia que aquele vazio penetrasse e se alastrasse, ou o manteria, até que ele de mim ficasse cansado e saísse?
Deixei-o penetrar: Pouco depois, cabi em mim, quando percebi que, naquele obscuro reluzente, e naquele triste contentamento, não havia ponta de solidão, o que me fazia sentir sozinha.
Porque é que há em tudo um senão?
Não fiz barulho, para não acordar aquele, que conclui ser o NINGUÉM.
E depois... Acordei.
Voltei à terra... Tinha sido um sonho... Ou uma verdade sonhada?
Continuo sem saber, mas digo minhas suspeitas...
Seria este... O Misterioso Vazio do Amor?

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